quinta-feira, 21 de julho de 2011

Maio, 22


A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou nisso. Pois essa impressão também me acompanha por toda a parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e como todo o nosso trabalho visa apenas a satisfazer nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência; quando verifico que o nosso espírito só pode encontrar tranqüilidade, quanto a certos pontos das nossas pesquisas, por meio de uma resignação povoada de sonhos, como um presidiário que adornasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes da sua cela... tudo isso, Wilhelm, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo em mim mesmo! Mas, também aí, é um mundo de pressentimentos e desejos obscuros e não de imagens nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando, prossigo na minha viagem através do mundo.



As crianças - todos os pedagogos eruditos estão de acordo a este respeito - não sabem a razão daquilo que desejam; também os adultos, da mesma forma que as crianças, caminham vacilantes e ao acaso sobre a terra, ignorando, tanto quanto elas, de onde vêm e para onde vão. Não avançam nunca segundo uma orientação segura; deixam-se governar, como as crianças, por meio de biscoitos, pedaços de bolo e ameaças. E, como agem por essa forma, inconscientemente, parece-me, que se acham subordinados à vida dos sentidos.


Concordo com você (porque já sei que você vai contraditar-me) que os mais felizes são precisamente aqueles que vivem, dia a dia, como as crianças, passeando, despindo e vestindo as suas bonecas; aqueles que rondam, respeitosos, em torno da gaveta onde a mãe guardou os bombons, e quando conseguem agarrar, enfim, as gulodices cobiçadas, devoram-nas com sofreguidão e gritam: “Quero mais!” Eis a gente feliz! Também é feliz a gente que, emprestando nomes pomposos às suas mesquinhas ocupações, e até às suas paixões, conseguem fazê-las passar por gigantescos empreendimentos destinados à salvação e prosperidade do gênero humano. Tanto melhor para os que são assim! Mas aquele que humildemente reconhece o resultado final de todas as coisas, vendo de um lado como o burguês facilmente arranja o seu pequeno jardim e dele faz um paraíso, e, de outro, como o miserável, arfando sob seu fardo, segue o seu caminho sem revoltar-se, mas aspirando todos, do mesmo modo, a enxergar ainda por um minuto a luz do sol... sim, quem isso observa à margem permanece tranqüilo. Também este se representa a seu modo um universo que tira de si mesmo, e também é feliz porque é homem. E, assim, quaisquer que sejam os obstáculos que dificultem seus passos, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá, quando quiser, sair da sua prisão.


trecho do livro os sofrimentos do Jovem Werther, Göethe, indicado por meu amigo Grabriel Bordignon

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Para saber quem somos....

Martha Medeiros

Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam . Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes. Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores. Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto - não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal. Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim. A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Orkut, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo o respeito - é apenas o que você diz. Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós. Quantos amigos você manteve. Em que consiste sua trajetória amorosa. Como educou seus filhos. Quanto houve de alegria no seu cotidiano. Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais. Se ficou devendo dinheiro. Como lidou com tentativas de corrupção. Em que circunstâncias mentiu. Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons. Que impressão causou nos outros - não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais. Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão. Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá. Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sentimedo

Sentir ou não sentir?...
Eis a questão....
Tapo meus ouvidos,
Escondo a cabeça do travesseiro...
E tento sufocar meus pensamentos....
Mas as imagens me vêm todas....
Dançando na mente...
Girando, girando, girando,
De uma forma crescente e assustadora...
Eu tento me esquivar, tendo desviar...
Mas o choque é mais forte....
Paralisa meu corpo,
Retira a minha voz,
Suga a minha energia....
E eu, tal qual o camundongo picado por uma cobra...
Sinto lentamente a letargia e agonia dos próximos momentos.....
A letargia insossa...
Lê-tardia esta que não tarda a chegar...
Neste instante....
O silêncio é mais eloqüente que o grito...
A asfixia é mais sobressalente que o oxigênio...
O fato conduz ao ato....
Ato-falho, ato-fato.... distrato....
Destrato....
O fim do ato....
Fim do fato...
Fim de mim,
Fim de tudo,
Sem voz,
Sem vós....
Sem nós....
Finitude,
O desenrolar dos nós...
Hoje existe apenas.... penas...
Voando no espaço vazio...
De você, restou tudo...
Sua vida,
suas cartas,
suas piadas,
seu sorriso,
suas mulheres,
sua solidão.
Em mim, restou apenas a incerteza...
A incompletude,
a inquietude
De um coração que não parou de bater....
Mas que bate incompleto, sem ritmo, sem melodia....
Que finge tentar te esquecer...
Hoje existe apenas eu e você...
E um espaço infindável e vazio que um dia chamamos de nós....

Carol Masotti (minha por mim)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

um iogurte deveria durar para sempre, digo,

deveria durar até que fosse ingerido, assim como um
patê,
um patê industrializado dura fechado até uns quatros
anos,
que para mim é uma eternidade e, portanto, ele é pra
sempre,
pois nossa vontade de comer um patê não resiste tanto,
então assim sou eu, a que rejeita prazos de validade,
prefere pessoas sensíveis que durem nos porta-retratos,
pessoas como você, que resistem enquanto fechados,
e são novos ao serem servidos, jamais homens perecíveis

Martha Medeiros

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Esperança

O que você espera, eu também espero....
Mas o que se espera que se espere...
.... da vida?
... do mundo?
... de nós?
Eu espero nunca esperar que se espere algo de mim...
Eu espero nunca ter que esperar algo dos outros...
E nessa de esperar o esperado esperando...
Acontece aquilo que era impensável....
Mas veio invencível...
Silencioso,
Invisível....
O inesperado...
Então me exaspero,
Apelo e....
Espero, espero, espero....
E de tanto esperar me altero...
Quanta esperança, que me canso de esperar!!!!
uma esperança demorada, lenta, gradativa, gradual.... 360 graus
Uma esperança
Inerte.....
Enquanto isso fico eu...
Expectando...
Espectrando....
Eu, espectro da espera...
Eu ,esperando espectrativamente a esperança....
mas afinal, haverá Esperança ou somente esperança?
Conseguiremos algum dia chegar a algum lugar, ou sair desta tempestade....?
Temperança?
 
meu, por mim

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Sobretudo não minta ao senhor mesmo. Aquele que mente a si mesmo e escuta sua própria mentira vai ao ponto de não mais distinguir a verdade, nem em si, nem em torno de si; perde pois o respeito de si e dos outros. Não respeitando ninguém, deixa de amar; e para se ocupar, e para se distrair, na ausência de amor, entrega-se às paixões e aos gozos grosseiros; chega até a bestialidade em seus vícios, e tudo provém de mentira contínua a si mesmo e aos outros. Aquele que mente a si mesmo pode ser o primeiro a onfender-se. É por vezes bastante agradável ofender-se a si mesmo, não é verdade? Um indivíduo sabe que ninguém o ofendeu, mas que ele mesmo forjou uma ofensa e mente para embelezar, enegrecendo de propósito o quadro, que se ligou a uma palavra e fez dum montículo uma montanha - ele próprio o sabe, portanto é o primeiro a ofender-se, até o prazer, até experimentar uma grande satisfação, e por isso mesmo chega ao verdadeiro ódio.... Mas levanta-se, sente-se, rogo-lhe; isto também é um gesto falso...."

Trecho do Livro Os Irmãos Karamazóvi - Fiodor M Dostoiévski


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tubi Tupy

Lenine
Composição : Lenine e Carlos Rennó

Eu sou feito de restos de estrelas
Como o corvo, o carvalho e o carvão
As sementes nasceram das cinzas
De uma delas depois da explosão
Sou o índio da estrela veloz e brilhante
O que é forte como o jabuti
O de antes de agora em diante
E o distante galáxias daqui


Canibal tropical, qual o pau
Que dá nome à nação, renasci
Natural, analógico e digital
Libertado astronauta tupi
Eu sou feito do resto de estrelas
Daquelas primeiras, depois da explosão,
Sou semente nascendo das cinzas
Sou o corvo, o carvalho, o carvão

O meu nome é Tupy
Gaykuru
Meu nome é Peri
De Ceci
Eu sou neto de Caramuru
Sou Galdino, Juruna e Raoni


E no Cosmos de onde eu vim
Com a imagem do caos
Me projeto futuro sem fim
Pelo espaço num tour sideral
Minhas roupas estampam em cores
A beleza do caos atual
As misérias e mil esplendores
Do planeta de Neanderthal

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Texto profundo...

Mais um de Caio Fernando Abreu...


“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.



Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.


Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?


A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?


A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.


Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?


E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.


A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.


Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

Texto de Caio Fernando Abreu

Apesar de 2011 já estar quase no meio, sempre vale a pena renovar os votos de um ano novo diferente e perfeito!

"Te desejo uma fé enorme.


Em qualquer coisa, não importa o quê.

Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.

Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.

Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.

Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.

Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.

Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.

As coisas vão dar certo.

Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.

Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.

Certo, muitas ilusões dançaram.

Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.

Que 2011 seja doce. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.

Que seja bom o que vier, pra você."

terça-feira, 10 de maio de 2011

A mulher Boazinha

Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:
mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,
e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,
da sua aura de mistério, de como ela tem classe:
ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua
perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe,
que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades,
que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade,
seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,
cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,
crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um
desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes,
estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,
é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,
apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.

Martha Medeiros

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poeminha sentimental

O meu amor, o meu amor, Maria

É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.



Mario Quintana

domingo, 1 de maio de 2011

Debruçada em minha janela, apóio nela o copo com o canudo....
Olho para o copo, pego o copo, aperto-o.....
e em instantes o universo se transforma....
começo a fazer bolhas de sabão e começo a refletir
sobre quão parecida é a vida das bolhas e a minha....
Intensas, tão sólidas, parecem cristais.....
Mas em instantes elas se dissolvem no ar.
Assim são também meus pensamentos.


Gelsomina (meu por mim)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hoje eu acordei feliz....


Leve

DonaZica
Composição : Iara Rennó e Alice Ruiz

viver ou morrer
é o de menos
a vida inteira pode ser
qualquer momento
ser feliz ou não
questão de talento

leve a semente vai
onde o vento leva
gente pesa
por mais que invente
só vai onde pisa


domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa vida nova mas....

Achei impressionante, como todo ano, a quantidade de propaganda de chocolate e ovos de chocolate simbolizando a páscoa... até eu quase quis um ovo do Kinder Ovo com bichinhos de pelúcia fofinhos, mas o triste é que há muito vem se perdendo o real sentido da Páscoa....

Quando se digita no google páscoa qual a primeira imagem que vem??? COELHOS!!!!

Na verdade hoje a Páscoa tem o sentido comercial, de ovos de chocolate, coelhos e quanto à vida nova? Bom, isso não dá dinheiro, né?

E vou um pouco mais fundo.... se páscoa é vida nova, vem se perdendo também o real sentido da vida....

Hoje mais do que nunca assistimos aos noticiários que escancaram a violência, morte e a banalização da vida.... pessoas morrem por brigas de trânsito, briga entre namorados, rixa, ofensas banais, por dez reais ou sequer por motivo nenhum, simplesmente porque algum babaca se acha o todo-poderoso por deter uma arma e se sente no direito de tirar a vida de outrem.....

É triste pensar o ponto que chegou a humanidade, né?

Mas sempre há esperanças:


O futuro espera-nos com os seus males, mas enquanto houver a lua e a música, e amor e romance, escute a música e dance.


Irving Berlin, 1888-1989, compositor norte-americano, Follow the Fleet

Achei incrível esta frase!!!!!
 
Hoje assisti a um filme incrível chamado Encontro com Homens notáveis do Peter Brook.... fala da vida de um homem que quer saber qual a sua razão de existir e começa a buscar isso.... o filme é muito bom e tem umas passagens incríveis, a frase que mais me marcou foi:
 

"Só merecerá o nome de homem e somente poderá contar com algo que foi preparado para ele, desde O Alto, aquele que tiver sabido adquirir os dados necessários pára conservar indenes tanto o lobo como o cordeiro que foram confiados à sua guarda."

E todos temos um lobo e um cordeiro co-habitando em nosso interior, né? Ninguém é somente bom ou mal e um dos grandes desafios é buscar o equilíbrio entre eles e somente assim, seremos dignos de sermos chamados de Homens....

Feliz Páscoa!!!!!!!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Música inspiradora....

Too Late To Quit

The Wallflowers

Takes all my might
To find a hole that feels right
To bury myself
In a deep sleep at night
I hear a voice
Coming from the hillside
Says I'll show you the way
I will show you the light

But I'm tired
I'm tired
I'm much too tired
I'm tired

He's says I know where you were headed
And you're half way there
But you've got to be careful
You've got to beware
Some people want to hurt you
Some people don't care
But I'm never gonna give you
Any more than you can bare

[chorus]

There's nothing left here to rise above
We're not talking bout' that kind of love
You've got people here counting on you
Now's a good time
To learn how to pull through
Sometimes a good idea
Just isn't enough
You've got to do the work
Now get your ass up
There isn't really such a thing as bad luck
Yeah, but once I shot an arrow
In the sky and it stuck

[chorus]

You've got to keep movin'
You've got to keep pushin'
You're never gonna get back
Anymore than you're givin'
Life is for the living
You've got to be willin'
A song ain't a song
Until someone starts singin'

terça-feira, 19 de abril de 2011

Desejo

Desejo que o seu riso escondido se espanda, que sua vontade realizada se torne duradoura. Desejo sua felicidade pretendida, um abraço apertado, um bjo tão sonhado. Desejo que tenha um querer maior que tudo isso, que siga os sonhos profetizados, que conquiste os desejos tão planejadas. Abra seus olhos para o novo, encare, enfrente. Tente fazer diferente desta vez. Não haja com insensatez. Reflita. Mas o mais importante de tudo, não afaste aqueles que outrora caminhavam ao seu lado, que te deram ouvidos, ombros e abraços.

A cada nova historia uma nova oportunidade de seguir. Mas permaneça com o que te convém. E sempre, permaneça seguindo.

escrito por meu amigo Felipe Martinez, poeta, amigo, companheiro e humano, em seu blog http://casadomar.wordpress.com/ que aliás, eu recomendo e muito!!!!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

te amei
como nunca amei nessa vida
e do final deste amor
restou uma mulher tão fria
que nem por ti mesmo
conseguiria sentir
o amor que senti um dia


Martha Medeiros

....

crazy é uma palavra que confere certo humor à loucura

parece que se é uma louca divertida, supercrazy, personagem de gibi
alegre, magnética, cabelo colorido, uma destrambelhada
que ri

crazy é uma palavra que não descreve a minha inversão
sou louca em português, very absorta, nada institucional
desajuste silencioso, independente, que não se cura, nem
se cobre com bandeide

crazy não me entitulo, tenho a fachada são e não trago o
riso solto
meu desvio é genético, louca de berço, pura, sem aditivos
loucura genuína não se produz e a américa nada te a ver com isso

crazy é bacana, crazyland, terra dos que estão em paz e
fumam,
a noite inteira gargalhando, beijando-se uns aos outros,
just fun
o que sinto é mais uterino, absolutamente pessoal e
profano

crazy, sou às vezes
louca, doze meses por ano

Martha Medeiros

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cartas Extraviadas....

Carta Extraviada 1


Não sei por onde começar esta carta que já nasce atrasada, pensamos sempre que temos muito a dizer mas as palavras são pouco amistosas, onde encontrá-las agora, às três e dez de uma madrugada em que me encontro insone e pensando mais uma vez em você?

Você esperou por estas palavras por muitos meses, na esperança de que elas aliviariam a dor do seu coração, mas elas não vieram porque estavam ocupadas vigiando meus impulsos, me impedindo de me abrir, e minha própria dor lhe pareceu desatenção, eu que não durmo de tanta paixão congestionada, de tanto desejo represado, de tão só que estou.

Meus motivos sempre lhe pareceram egoístas, e se eu lhe disser que o descaso aparente foi na verdade uma atitude consciente para preservar você, me chamarás de altruísta e não sairemos do mesmo lugar.

Eu errei por não permitir que você me oferecesse seu afeto, eu errei ao sobrevalorizar um risco imaginário, eu errei por achar que existem amores menores e maiores, avaliados pelo tempo investido, pela contagem dos beijos, pelas ausências sentidas, por tudo isto fui conduzido a um erro de cálculo.

Não te peço nada além de compreensão, e esta carta nem era para pedir, mas para doar, eu que sempre me achei bom nessas coisas, o voluntário da paz, o boa-gente oficial da minha turma.

Mas peço: lembre de mim como alguém que alcançou a mesma medida do seu sentimento, a mesma profundidade das suas dúvidas, o mesmo embaraço diante da novidade, o mesmo cansaço da luta, a mesma saudade.

A carta vem tarde e redigida com palavras covardes, as corajosas repousam pois se imaginam já ditas e escritas, valentes foram as palavras do início, as desbravadoras, as que ultrapassaram limites, quando nós dois ainda não sabíamos do que elas eram capazes, palavras audazes, febris.

Pela enormidade de tempo que temos pela frente em que não nos veremos mais, não nos tocaremos ou ouviremos a voz um do outro, pela quantidade de dias em que conduzirás tu vida longe de mim e eu de ti, pela imensidão da nos descrença, pela perseverança da nossa solidão, pelos nãos todos que te falei, pelo pouco que houve de sim, acredita: te amei além do possível, não te amei menos que a mim.

Carta Extraviada 2

Estou há vários dias escrevendo esta carta mentalmente, pois na mente os erros ortográficos contam menos que os erros de atitude, e só no que penso são nos erros, uma vez que foram infinitamente mais constantes que os acertos. Não estou organizando frases para resumi-las num pedido de desculpas, pois nada me parece mais raso e os meus erros merecem um pouco mais de consideração, já que foram tão solenes e fartos, meus erros foram dos de tamanho grande, e há que se ter por eles um desprezo de igual envergadura. Menina, só um amor gigante provocaria esta nossa ruptura.

Se não há explicação, ao menos sinto verter por dentro um leve arrependimento, errei por razões mínimas porém em vezes diversas, o que me confere fartura, ainda que não tenham sido erros à sua altura. Menina, eu sei, você preferiria que eu tivesse acertado, mesmo que um acerto em miniatura.

Talvez não seja da minha índole agir com generosidade, é de família esta minha dificuldade em fazer os outros felizes, mas, ao contrário, é dom da tua, pois fizeste da tua felicidade a minha clausura. Que mistério é esse de tornar um homem apático o rei da euforia, de fazer de um homem sério o senhor da galhardia, de fazer de um homem só um homem mais só ainda, por não antever mulher alguma que consiga repetir esta aventura?

Menina, por um triz não fui o que esperavas de mim, faltou-me a coragem, não faltou-me a fissura. Para sempre estarei a te escrever esta carta mentalmente, confusa e fria, mas não impura, já que nela abdico dos meus erros e acertos para revelar apenas o que em silêncio te dedico, um amor injulgável, imedível, totalmente irresponsável, amor que abraça o sofrimento para testar sua resistência e que acredita, de maneira um tanto tola e quixotesca, que só este tipo de amor é que perdura.

Carta Extraviada 3

Não é da minha natureza esperar que me dêem liberdade, não espero pelo pouco que há de essencial na vida. Sendo liberdade uma delas, eu mesmo me concedo. Ser livre não me ensinou a amar direito, se por direito entende-se este amor preestabelecido, mas me ensinou as sutilezas do sentimento, que, afinal, é o que o caracteriza e o torna pessoal e irreproduzível. Te amo muito, até quando não percebo.

O amor que eu sinto pode parecer estranho, e é por isso que o reconheço como amor, pois não há amor universal: não, caríssima. Não há um amor internacional, assim como são proclamados os cidadãos do mundo. Cada cidadão, um coração, e em cada um deles, códigos delicados. Se não é este o amor que queres, não queres amor, queres romance, este sim, divulgadíssimo. Te amo muito, e não sinto medo.

Bela e cega, buscas em mim o que poderias encontrar em qualquer canto, em todo corpo, homens e mulheres ao alcance de teus lábios e dedos, romance: conhecido o enredo, é fácil desempenhá-lo. E se casam os românticos, e fazem filhos e fazem cedo.

O amor que sinto poderia gerar casamento, pequenos acertos, distribuição de tarefas, mas eu gosto tanto, inteiro, que não quero me ocupar de outra coisa que não seja você, de mim, do nosso segredo. Te amo muito, e pouco penso.

Esta carta não chegará, como não chegarão ao seu entendimento estas palavras risíveis, estes conceitos que aos outros soariam como desculpa de aventureiro ou até mesmo plágio, já que não há originalidade na idéia, muito difundida, porém bastante censurada. Serei eu o romântico, o ingênuo? Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo, mas sinto-me livre para dizer-te: te amo muito, sem rendimento, aceso, amor sem formato, altura ou peso, amor sem conceito, aceitação, impassível de julgamento, aberto, incorreto, amor que nem sabe se é este o nome direito, amor, mas que seja amor. Te amo muito, e subscrevo-me.


Carta Extraviada 4

Sou mais um desses boçais que escreve tudo aquilo que deveria ser falado, e você é mais uma vítima que jamais vai ter atentido o seu desejo: saber. Mesmo consciente da sua boa vontade de me ouvir e entender, lhe escrevo, não posso ir além, não peça para remeter-me, esta carta não é para chegar, é uma carta de ficar.

Para mim e para você, escrevo que, daqui de onde me encontro, você está longe e perto, e eu estou sozinho e não. Do que sinto, aviso que é forte mas não é perigoso, é como um grande lago sereno, eu sou o píer, quase me precipito, você é todo o resto, toda água, tudo o que há. Mas somos dois e em vez de par, somos ímpares. Estou possuído por você e ao mesmo tempo permaneço impermeável, amo a seco, e rendido.

Você não me acharia convarde, você não acharia nada: você não me conhece. Sou um vulto, um alguém, você foi gentil comigo como é com os garçons e os primos, com os pedestres e com os turistas, você foi o que sempre foi, e eu não fui com você: no terceiro minuto ao seu lado eu já sabia que era irremediável, e em vez de segurar sua mão e reverter-lhe a pressa, deixei que você fosse, eu fiquei.

Os dias, os gestos, rituais cotidianos, surpresas, tudo corre, passa por mim, menos o susto deste amor que entranhou-se feito limo, umidade em peito árido, me sinto tomado, absorvido, e não encontro método ou coragem para dizer: você que é motivo e dona desta represa, fique comigo, pois é só o que eu sei fazer, ficar.

Mas você é ligeira, em movimento constante, você não senta, não repara, quer vida demais, sedenta, me fisgou muito rápido, e eu sou lento, estudado, incapaz de um repente, apaixonado por uma mulher impaciente, que suplica com o olhar e não espera, você se foi, em frente, quando deveria ter ficado.


Carta Extraviada 5


Tudo o que vejo são telas digitais, um novo mundo feito de chips e megabytes, e você vêm falar de amor, um amor que deixaria a todos incrédulos por ser real demais.

Não recebi suas cartas, mas sei que elas foram escritas, o universo regido por ícones eletrônicos induz a fantasias telepáticas. Ser intuitiva também é uma forma de conexão, há muitas cartas extraviadas viajando pelo espaço, sem fios ou cabos, sem satélites, palavras silenciadas e igualmente transmitidas. Amor é um troço raro e sempre de vanguarda.

Também escrevo minhas cartas que não são postadas, cartas digitalizadas no sonho, um mundo de excelentes intenções, nostalgias, poesias, essas coisas quase fluviais.

Você vem falar de amor de um modo que emociona, e eu vou falar de amor como se fosse sua resposta. Agradeço, primeiramente, o amor recebido e negado, demonstrado e não, seus adjetivos, seus diagnósticos e o tempo percorrido, se foi um amor de verão ou se comemorou vinte bodas anuais, o amor que sinto não é dado a configurações, o amor transcende, nunca foi mortal como a gente.

Gosto destes sons, embala o amor a rima, navego empurrada pelos ais e por sufixos e sílabas que remam, remam, aqui vão minhas palavras navais. O amor não tem ancoradouro, porto, cais – o amor é navegante e recolhe pessoas neste mar de distraídos, salva vidas. O amor que você narra e a mim dirige é amor primitivo, fora de catálogo, é sorte dos amores ambientais, estão por toda parte, para senti-lo requer apenas querê-lo. Conceitos fugazes do amor? Não creio. Há os amores produzidos e os amores naturais, os amores duros e os rarefeitos, há os que nascem do peito e os ancestrais, amores vários, todos iguais.

Em diversas cartas há seu apelo e sua culpa pelo amor não-vivido. O amor vive apesar de nós, tudo o que se sente é validado por ser existente, não sofra mais. Foram cartas não assinadas, não enviadas, talvez escritas por mais de uma pessoa, tanto faz. São cartas de amor, e mesmo com angústia e anonimato, sobrevive nelas o tesouro de um sentimento bruto, porém não violento.

O amor comentado nestes tempos que correm é produto, assunto de revistas e jornais, o amor nos tempos que correm deveria ir mais devagar, aceitarem-se múltiplos, gozo, gás. Você que escreve mentalmente, você que escreve cartas para ficar, você que não sabe direito que amor é esse e que só quer se desculpar, você que ama livre e você, entre grades, você que ama em pensamento, você e você e você, nós todos e nossos amores ornamentais, que ainda nos fazem chorar e mal entender, carentes existenciais, você e você e você e nossas cartas abortadas, digamos para nós mesmos: comunicar é lindo e gritar o amor é nobre, dizer te amo é bálsamo e mais ainda, escutar. Mas o amor independe, o amor, remetente, é transcrito no olhar, há quem entenda e há quem procure lê-lo em outro lugar.

Amor é carta que mesmo extraviada está ora chegando e partindo, e pode cair em mãos que não as destinadas, mas onde estiverem as palavras, escritas ou caladas, onde estiverem os desejos e seus códigos postais, não importa a data em que foram selados, serão sempre cartas de amor e amores que alcançaram seus finais.





Extraídas do livro "Cartas Extraviadas e Outros Poemas" - Martha Medeiros

sábado, 9 de abril de 2011

Times like these...

Fase de correria e de mudanças, muitas mudanças....
Realmente a vida é uma caixinha de surpresas e, ultimamente as coisas não tem saído de forma alguma do jeito que eu esperava.... mas afinal de contas, quando a vida é do jeito que a gente quer?
Se a gente pudesse ter controle de tudo, ai que bom seria... mas ao mesmo tempo penso que seria um tanto quanto chato..... como disse um amigo meu um dia, a perfeição é chata.
Fiquei admirada o quanto estou mais forte e como estou lidando com as situações de uma maneira mais prática, sem me transformar em vítima das circunstâncias, como diria Lulu Santos....
Meu emprego não deu certo, infelizmente, e tive a notícia ontem.... a minha chefe estava com medo de que eu ficasse chateada, mas conversamos muito e se não deu certo, sem problemas!!!! Adorei ter trabalhado lá e adoro o pessoal, esse é o tipo de coisa que todos estamos sujeitos e o bom é que ganhei amigos lá, ganhei o respeito das pessoas e o melhor, agora tenho experiência, ao menos um pouco, coisas que eu não tinha antes de ter entrado lá... então eu vejo que eu só ganhei e sei que nada foi em vão.... o que eu vou fazer? Focar no meu sonho de passar em um concurso, oras!
Quando este tipo de situação acontece muitas caraminholas aparecem na nossa cabeça, né?

É um caso de paternigênese que deveria ser documentado e estudado pela ciência, daria um tratado rsrsrs
Eu me senti um pouco insegura quanto ao futuro, pensava na idade em que eu me encontro e ainda morando com meus pais, com eles me sustentando até que eu consiga passar no concurso e isso me apavorou muito!
Medo de não conseguir passar, medo de não ser isso que eu realmente quero, aliás, medo até com relação à profissão e ao curso que eu escolhi, pensei em fugir com o circo, rs me dedidar às artes, ao tecido acrobático, ser palhaço de vez, pensei em ser cantora, astronauta, política, cantora, comediante, enfim, tudo menos juiza, advogada ou procuradora do trabalho....
Mas quando o desespero passou vi que não haveria outra profissão senão a que eu escolhi... eu amo estudar, eu amo o direito e a forma como ele pode ser aplicado para efetivamente fazer justiça, ajudar as pessoas.... que é meu sonho e meu propósito quando escolhi a carreira de juiza....
Hoje eu sei que se estudar, serei capaz de estudar e realizar este sonho.....
Mas com este objetivo tive que mudar algumas atitudes na minha vida.... aliás, não sei se as mudanças vieram primeiro que o sonho ou se o sonho que ocasionou a mudança, tudo que sei é que eu sempre fui uma mulher que amava demais....
Eu sempre fiz o tipo dependente-chicletinho, a típica inocente que todo mundo enrolava, enfim, o tipo que ninguém aguenta, rsrsrs
Eu não conseguia entender como alguém conseguia ser feliz sem ter outra pessoa ao lado, achava o mundo egoísta e individualista, eu vivia o sonho do meu parceiro e acabava por me tornar uma sombra do que ele era..... até meu último namoro....
Acho que idealizei demais e depositei muitas fichas... afinal, se com todos que eu conhecia deu certo a paixão pelo melhor amigo, por que comigo iria ser diferente? E quanto maior a expectativa, maior o tombo.... mas eu me recuperei, aliás, bem melhor do que eu esperava.... no começo sofri muito, até ver que eu era a única quem sofria.... enquanto eu chorava ele se divertia por aí com amigos, até que decidi dar um basta.... mudei o foco e passei a olhar mais para mim e vi que eu mereci isso, afinal, a gente atrai o que transmite, o mundo é um espelho e foi aí que a mudança aconteceu.... não sei como nem o momento só sei que comecei a sair, a me concentrar mais nos meus estudos, a pensar em primeiro lugar no que era melhor pra mim e não para os outros.... parei de fazer planos para dois e comecei a fazer planos comigo mesma.... resultado? Uma pessoa bem feliz e tranquila com ela mesma....
Baixei vários filmes alternativos, fui ao cinema sozinha, bares e hoje numa peça de teatro....
Aquela menina ingênua que acredita em tudo e em todos cegamente não existe mais.... hoje vivo intensamente cada dia, mas deixo as coisas acontecerem em doses homeopáticas, sem aquela pressa e aquela ansiedade que me dominavam.... de tanto criticar acabei me tornando um pouco "individualista e egoísta"e descobri que não se tratava disso, mas sim de se valorizar e ver o que é melhor pra si antes de ver o que é melhor pros outros e de desfrutar de sua própria companhia, no sentido de que é bom estar com amigos, mas também é bom ter sua individualidade, seu espaço, sua vida e estar sozinho mas não solitário, é gostar de ser sozinho....
acredito no amor, acredito que nada é por acaso, mas, no momento, nem se eu quisesse eu conseguiria namorar novamente.... acho que estou um pouco fechada, mas isso é bom, preciso reestabelecer meu reequilíbrio.... na verdade até conheci uma pessoa especial que me deixou um pouco balançada, aliás, bem balançada, mas agora não é meu momento de me relacionar seriamente com alguém... namoro é comprometimento e eu não estou pronta pra isso, não dinovo e não agora..... o bom é que ele é uma pessoa incrível que entendeu e respeitou isso....
Não tenho medo do futuro, o importante é viver o presente, afinal, "os momentos felizes não estão escondidos nem no passado e nem no futuro".
Antes meu malhor sonho era casar, ter filhos, uma família e passar num concurso.... hoje meu maior sonho é passar num concurso e viajar o mundo inteiro...... acho que a protagonista de comer, rezar, amar me inspirou, rsrsrsr

Mais uma poesia minha...

09.04.2011

Quem sou eu?


Uma mulher ou um mito?

E o que está a minha frente?

Um ponto ou uma seta?

A curva ou a reta?

Uma régua....

E pronto.

Mas o que está por trás do mito?

A persona ou a trégua?

O abosoluto ou o nada?

O eco ou o oco?

O mito ou a meta?

O vô-mito......

sábado, 2 de abril de 2011

Um quase silêncio, o dia nublado
reflexo dos meus olhos em vidros embaçados
repentina clareza, vejo de ambos os lados
somos duas pessoas sentindo tudo errado.

Martha Medeiros

segunda-feira, 28 de março de 2011

Eros e Psique

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.



Fernando Pessoa

domingo, 27 de março de 2011

EU SEI, MAS NÃO DEVIA....

Como bem informada por Mira Baeta, este texto, atribuído à Clarice Lispector é na verdade de Marina Colasanti...

Segue o texto:

Eu sei que nos acostumamos. Mas não devíamos.
Acostumamo-nos a morar em apartamentos de fundos, e a não ter outra vista
que não as janelas em redor.
E porque não temos vista, logo nos acostumamos a não olhar lá para fora.
E porque não olhamos lá para fora, logo nos acostumamos a não abrir de todo
as cortinas.
E porque não abrimos as cortinas logo nos acostumamos a acender cedo a luz.
E à medida que nos acostumamos, esquecemos o sol, esquecemos o ar,
esquecemos a amplidão....
Acostumamo-nos a acordar de manhã sobressaltados porque está na hora.
A tomar o café a correr porque estamos atrasados.
A ler o jornal no autocarro porque não podemos perder o tempo da viagem.
A comer uma sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque
já é noite.
A dormitar no autocarro porque estamos cansados. A deitar cedo e dormir
pesado sem termos vivido o dia.....
Acostumamo-nos a esperar o dia inteiro e ouvir ao telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem recebermos um sorriso de volta.
A sermos ignorados quando precisávamos tanto ser vistos.
Acostumamo-nos a pagar por tudo o que desejamos e o que necessitamos.
E a lutar, para ganhar o dinheiro com que pagar esses desejos e essas
necessidades.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagaremos mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que
pagar....
Acostumamo-nos à poluição.
Às salas fechadas, de ar condicionado e cheiro a cigarro. À luz artificial.
Ao choque que os olhos sofrem com luz natural.
Às bactérias na água potável.
Acostumamo-nos a coisas demais, para não sofrermos....
Em doses pequenas, tentando não perceber, vamos afastando uma dor aqui, um
ressentimento ali, uma revolta acolá....
Se a praia está contaminada, molhamos só os pés e suamos no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, sentamo-nos na primeira fila e torcemos um pouco o
pescoço.
Se o trabalho está difícil, consolamo-nos a pensar no fim-de-semana.
E se no fim-de-semana não há muito o que fazer, deitamo-nos cedo e ainda
ficamos satisfeitos porque temos sempre o sono atrasado.
Acostumamo-nos para não nos ralarmos com a aspereza, para preservar a pele.
Acostumamo-nos para evitar feridas.
Acostumamo-nos para poupar a vida. Vida que aos poucos se gasta, e que gasta
de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Você tem medo de quê?



Este foi simplesmente um dos vídeos mais fofos que eu já vi.....

Hoje temos que fazer joguinhos de conquistas, esconder sentimentos, e isso desde pequenos, com medo de sermos ridículos, de nos abrirmos para o amor, de sermos sinceros e ridículos.....para quê???


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.


Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

...

O Teatro Mágico

Quanta mudança alcança o nosso ser

Posso ser assim, daqui a pouco não.
Quanta mudança alcança o nosso ser,
Posso ser assim daqui a pouco?
Se agregar não é segregar
Se agora for, foi-se a hora
Dispensar não é não pensar
Se saciou, foi-se embora


BIS

Quanta mudança….daqui a pouco….
Se lembrar não é celebrar
Dura-lhe a dor, quando aflora
Esquecer não é perdoar
Se consagrou, sangra agora


BIS


Tempo de dar colo, tempo de decolar
Tempo de dar colo, tempo de decolar
O que há é o que é
E o que será, nascerá
nasss…será?

Reciclar a palavra, o telhado e o porão
Reinventar tantas outras notas musicais
Escrever um pretexto, um prefácio, um refrão
Ser essência, muito mais
Ser essência muito mais
A porta aberta, o porto, a casa, o caos, o cais

Se lembrar de celebrar muito mais
Se lembrar de celebrar muito mais


A poesia prevalece, a essência , a paz, a ciência
Não acomodar com o que incomoda

sábado, 19 de março de 2011

Soneto de Olavo Bilac

Não és bom, nem és mau: és triste e humano...

Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal padeces;
E rolando num vórtice insano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Frase para reflexão...

Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?






quarta-feira, 2 de março de 2011

Amor de Índio

Milton Nascimento

Tudo que move é sagrado

E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um novoooo teeeeempooooooooooooo

Depois as pessoas ainda perguntam se Deus existe.... na verdade eu já me perguntei isso várias vezes mas minha gente, Ele existe mesmo!!!!

E digo mais, ele escreve certo por linhas beeeem tortas, quase um caracol engruvinhado em uma cama de gato.....

Tenho um mural de visualizações e tenho muitos sonhos, mas ultimamente me afastei deles por colocar o interesse alheio em primeiro lugar.... assim como entreguei a minha felicidade, meu precioso coração nas mãos de terceiro... e assim fui me anulando, me sentindo dependente, eu não me sentia mais inteira, completa, sabe? Como se eu não tivesse alguém do meu lado eu não fosse feliz....

E isso é extremamente perigoso, pois quando estamos fragilizados criamos monstros, criamos quimera e... criamos pessoas....

Na verdade idealizamos pessoas, como se elas fossem perfeitas, não tivessem defeitos e o pior, como se existissem para superar nossas expectativas.... resultado? Frustração, mágoa, rancor, separação.....

Eu me apaixonei por uma idéia de namorado que nunca existiu... eu criei um ser mitológico, heróico, príncipe encantado que estava sofrendo por mim e que na hora certa ele iria voltar.... mas ontem, ao conversar com esse ser épico pelo telefone, toda a imagem do príncipe no cavalo branco caiu por terra.... enxerguei o humano, simplesmente ele como pessoa, sem feitos heróicos, sem espadas nem bandidos.... ele como ele realmente é.... e desencanei....

É complicado quando a afinidade e a admiração se quebram, pois quando elas se vão já não resta mais nada.... e ontem eu vi que algo se quebrou.... estava a conversar com um estranho, como se fosse alguém que sequer fez parte do meu convívio, alguém que eu imaginei sentir muita falta... até ontem....

Acho que o saldo foi bem positivo, pois sinceramente? Ninguém vale o nosso sofrimento.... enquanto estamos tristes, sofrendo, esperando a vida passar e o tempo amenizar a dor, a pessoa já está indo pras festas, se divertindo e se bobear já com alguém substituindo o lugar que um dia ocupamos.....

Eu já me perguntei várias vezes se existe amor ou se hoje o que rege as relações humanas é o interesse.... mas eu não vou perder a fé, pois os que temem a vida já estão meio mortos e os que perdem a fé, perdem também  a sua alma, o entusiasmo que nos faz seguir em frente.

Eu estou mudando minha mentalidade e agora sempre espero um amanhã melhor que o hoje...

Afinal.....
Depois da tempestade sempre vem o arco iris!!!!

foto filme Sonhos, Akira Kurosawa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão....

Não sou escravo de ninguém


Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

E quase que eu me esqueci que o tempo não pára nem vai esperar....

Talvez esteja na hora de eu dobrar o joelho, rezar mais e reclamar menos....

Às vezes, em meio ao turbilhão de emoções, nos tornamos pessoas reclamonas e negativas.... e como a lei da atração universal é um fato, acabamos por atrair pra gente mais coisas ruins.....

Há muito que ando na corda bamba.... mas tenho recebido muitos sinais....

É um puxão de orelha para que eu não fuja do meu caminho, um puxão de orelha para que eu me volte mais para o meu lado espiritual, outro para que eu curta a minha solidão e o meu momento, para que eu me descubra e agora, o último para que eu agradeça mais por ser uma pessoa completa e com saúde....

Domingo eu e a Bisquit (meu palhaço) fomos fazer visita nas casas de doentes que não podiam se locomover até os hospitais e que eram, por isso, atendidos em domicílio....

Foi uma parceria com a prefeitura de mogi mirim (ADOT e o depto de saúde) e o Alegra, grupo do qual eu faço parte....

Fomos.... e em meio ãs 21 visitas feitas durante o domingo todo, alguns fatos me marcaram....

Primeiro montamos nossa escola de samba Unidos do Bambu, com nosso querido Belmiro como rei da bateria, rsrssr

Foi muito bom ver o sorriso no rosto das pessoas e o quanto eles ficaram felizes por se sentirem cuidados, por se verem lembrados e como o sorriso e esse tipo de visita muda o ambiente inteiro.....

Foram várias histórias de lutas, de superação e fé, muita fé.....

E disso eu tirei o quão pequenos nós somos pra viver o passado ou o futuro, deixando pra trás o que nos é mais precioso: o presente...

Perdemos tanto tempo com raiva, rancor, remorso, medos, tristezas que esquecemos o quanto essa vida é curta e o quanto temos a agradecer por ter saúde e por estarmos vivos....

A felicidade cabe à cada um de nós.... depende da forma como administramos as situações que a vida põe diante de nós, para que nos fortaleçamos....

Agora quero viver só o presente....

Se eu estou triste, fico com muinha tristeza, curto minha tristeza e tiro o máximo de lição dela, sabendo que amanha ela vai desaparecer...

E eu continuarei aqui, viva e feliz...

Não tenho mais medo de amar o próximo, de me doar, de ser feliz....

Agora é um momento de eu me fechar e refletir... mas na hora certa, tudo vai dar certo, pois se ainda não deu, é porque ainda não é o fim..... 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

No rain

All I can say is that my life is pretty plain

I like watchin' the puddles gather rain
And all I can do is just pour some tea for two
and speak my point of view
But it's not sane, It's not sane

I just want someone to say to me, oh oh oh oh
I'll always be there when you wake
You know I'd like to keep my tears dry today
So stay with me and I'll have it made

And I don't understand why I sleep all day
And I start to complain that there's no rain
And all I can do is read a book to stay awake
And it rips my life away, but it's a great escape
escape......escape......escape......

All I can say is that my life is pretty plain
you don't like my point of view
you think I'm insane
Its not sane......it's not sane.

I just want someone to say to me, oh oh oh oh
I'll always be there when you wake
You know I'd like to keep my cheeks dry today
So stay with me and I'll have it made
and i'll have it made, and i'll have it made, and i'll have it made.....






sábado, 19 de fevereiro de 2011

Alguma coisa acontece no meu coração...

É engraçado como a vida é cíclica né?

Não sei se o mundo é uma skol, mas que é redondo é... às vezes estamos por cima, às vezes ficamos por baixo e acho que tudo depende mais de como nos saímos da situação e damos a volta por cima do que da situação em si.....

Comecei a escrever pois, além de amar escrever poesias, de ler, assistir a filmes alternativos eu precisava de uma válvula de escape, pois tinha tomado uma rasteira tão grande que achei que nunca sairia dessa.... pra mim a vida tinha acabado naquele momento...

Mas hoje vejo que não, que na época sofri mais por ego do que por sentimento e, quando me dei conta disso fui ser feliz e deixei meu passado pra trás....

Eu comecei a fazer terapia,  me desapeguei de relacionamentos envelhecidos, deixei pra trás um enrosco de quatro anos e também cortei da minha vida as pessoas que nada me agregavam.....

Conheci muita gente interessante, fui voluntária no projeto dos palhaços no hospital daqui, fiz dois cursos de palhaço, um de improviso, procurei emprego, consegui O emprego, foquei mais nos concursos... e nesse período algo aconteceu....

Muitas pessoas me vêem como uma rocha, como se eu me recuperasse logo e não sofresse por relacionamento nenhum nem por ninguém... não sei de onde tiraram isso, mas enfim... eu confesso que relacionamento sério com intimidade e profundidade sempre me amedrontou, fugi algumas vezes até que encontrei aquela pessoa...

Sabe A pessoa que te completa? Que só de ligar deixa seu dia completo e feliz? Que você admira e fica pensando a pessoa de sorte que é por tê-la do lado.... alguém com senso de humor, inteligente, na mesma profissão que você e que compartilhava a mesma visão de mundo... ao menos era o que eu achava né?

Não tive dúvidas, baixei a guarda e entrei de cabeça.... claro que não pensava em casar amanhã, as coisas estavam indo e eu estava muito feliz... achei que ja tinha encontrado a pessoa que eu queria do meu lado no presente!!! Ele foi o meu presente mais precioso...

Mas de repente tudo acabou... e foi de repente mesmo.... e ele foi embora.....

Não sei se foi uma máscara que ele usou ou se foi uma fatalidade... tudo que eu sei é que nós tivemos uma segunda chance ele jogou isso fora....

Por muito tempo eu fiquei pensando o motivo, se era medo de relacionamento, mas cheguei a conclusão que ele se foi porque foi empolgação e ele não gostava de mim a ponto de namorar.....

Eu não procurei, afinal de contas, apesar de sentir falta dele, sou mais eu e prefiro sofrer tudo de uma vez do que em doses homeopáticas...

Mas hoje ainda penso se tudo que a gente passou foi uma mentira.... a gente tinha prometido que se acontesse alguma coisa a gente ia conversar um com o outro... e ele ficou pensando duas semanas antes de vir falar comigo para terminar, já decidido....

E ele já estava com o carnaval dele combinado....

Triste né???

Já passei pelo estágio da revolta, da negação e agora da aceitação... é a frase, o que puder fazer, faça; o que não puder fazer, aceite....

Talvez eu tenha perdido muito, mas nesse mundo individualista onde as pessoas (a maioria, não podemos generalizar, né?) só se preocupam consigo, ele perdeu muito mais.... não desejo o mal e desejo que ele seja feliz e que um dia se encontre e encontre alguem que o faça feliz.... 

Eu to aqui... ainda em pedaços, perdida, sem chão e tentando me refazer..... antes eu amava os finais de semana e agora não vejo a hora que eles passem muito rápido

Voltei a fazer tecido acrobático, programei meu carnaval, to lendo os irmãos karamazov e fiz uma lista com as coisas que eu quero fazer em 2011 e voltei a estudar.....

Agora é me fechar, prestar mais atenção em mim, eu me refazer e seguir em frente.... com a cabeça erguida....

E se eu tenho fé e se eu ainda acredito em amor?

SIM! Sempre... pois se eu não continuar acreditando eu perco minha essência.... eu sou humana, cheia de defeitos, imperfeições e muiiiitos sonhos!!!!!!

E essa música reflete muito o momento.....

Hollow Years

Dream Theater

He's just the kind of man
You hear about
Who leaves his family for
An easy out
They never saw the signs
He never said a word
He couldn't take another day

Carry me to the shoreline
Bury me in the sand
Walk me across the water
And maybe you'll understand

Once the stone
You're crawling under
Is lifted off your shoulders
Once the cloud that's raining
Over your head disappears
The noise that you'll hear
Is the crashing down of hollow years

She's not the kind of girl
You hear about
She'll never want another
She'll never be without
She'll give you all the signs
She'll tell you everything
Then turn around and walk away

Carry me to the shoreline
Bury me in the sand
(Into the waves)
Walk me across the water
And maybe you'll understand

Once the stone
You're crawling under
(Once the stone)
Is lifted off your shoulders
Once the cloud that's raining
Over your head disappears
The noise that you'll hear
Is the crashing down of hollow years

Carry me to the shoreline
Bury me in the sand
(Into the waves)
Walk me across the water
And maybe you'll understand

Once the stone
You're crawling under
Is lifted off your shoulders
Once the cloud that's raining
Over your head disappears
The noise that you'll hear
Is the crashing down of hollow years

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Metamorfose

O Teatro Mágico

Notas de um observador:


Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.

Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.

Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.

Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se

A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O último por do sol

A onda ainda quebra na praia,

Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Trial of Tears

Dream Theater

Essa música é minha filosofia de vida

I. It's Raining

Under the sun, there is nothing to hide
Under the moon, a stranger waits inside
People disappear
The music fades away
Splashing through the rain
I'll dream with them one day

It's raining, raining,
On the streets of New York City
It's raining, raining, raining, deep in heaven
I may have wasted all those years
They're not worth their time in tears
I may have spent too long in darkness
In the warmth of my fears

Take a look at yourself
Not at anyone else
And tell me what you see
I know the air is cold
I know the streets are cruel
But I'll enjoy the ride today

It's raining, raining,
On the streets of New York City
It's raining, raining, raining deep in heaven
Raining deep in heaven

I may have wasted all those years
They're not worth their time in tears
I may have spent too long in darkness
In the warmth of my fears

As I walk through all my myths
Rising and sinking like the waves
With my thoughts wrapped around me
Through a trial of tears
Hidden by disguise, stumbling in a world
Feeling uninspired, he gets into his car
Not within his eyes to see, open up, open up
Not much better than the man you hate

II. Deep In Heaven (instrumental)

III. The Wasteland
Still awake
I continue to move along
Cultivating my own nonsense
Welcome to the wasteland
Where you'll find ashes, nothing but ashes
Still awake
Bringing change, bringing movement, bringing life
A silent prayer thrown away,
Disappearing in the air
Rising, sinking, raining deep inside me
Nowhere to turn,
I look for a way back home

It's raining, raining, raining deep in heaven
It's raining, raining, raining deep in heaven
It's raining, raining, raining deep in heaven
It's raining, raining, raining deep in heaven

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dê um rolê...

Não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa
Não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa

Enquanto eles se batem
Dê um rolê e você vai ouvir
Apenas quem já dizia
Eu não tenho nada
antes de você ser eu sou

Eu sou, eu sou, eu sou amor
Da cabeça aos pés
E só tô beijando o rosto de quem dá valor
Pra quem vale mais o gosto do que cem mil réis

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mário Quintana...

OS DEGRAUS


Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...



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A VERDADEIRA ARTE DE VIAJAR


A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!


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DAS UTOPIAS


Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

A fé solúvel

É, me esqueci da luz da cozinha acesa

de fechar a geladeira
De limpar os pés,
Me esqueci Jesus!
De anotar os recados
Todas janelas abertas,
onde eu guardei a fé... em nós

Meu café em pó solúvel
Minha fé deu nó
Minha fé em pó solúvel

É... meu computador
Apagou minha memória
Meus textos da madrugada
Tudo o que eu já salvei

E o tanto que eu vou salvar
Das conversas sem pressa
Das mais bonitas mentiras

Hoje eu não vivo só... em paz
Hoje eu vivo em paz sozinho
Muitos passarão
Outros tantos passarinho
Muitos passarão

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor

Um favor... por favor

A razão é como uma equação
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Modo de usar-se

"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.

Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.

Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas.

Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.

Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.

M. Medeiros