Aqui estamos novamente...
Você um delírio perdido no espaço-temporal....
Eu terra, rocha, sofrendo os efeitos da erosão....
Sentada na janela, faço bolinhas de sabão
E as vejo dissipando pelo espaço, tal qual a nossa
relação....
Falar em desgaste?
Talvez fosse cedo demais....
Pedir certezas? No começo eram tantas....
Mas com o tempo elas se perderam,
Não chegaram aos seus destinos,
O eu e você
Não foram fortes o suficiente para formarem o “nós”....
Talvez justamente pelos nós que se deram ao longo do
caminho...
Um emaranhado de ideias não concretizadas,
Promessas não cumpridas,
fatos e hiatos....
A gente se perdeu....
Ou talvez já estivéssemos perdidos, por que não?
Eu terra, eu rocha, sofri os efeitos da erosão...
Erosão da identidade, corroída com cada olhar de desprezo,
Com cada atitude egoica e e despretensiosa,
Com cada plano em que não fui inserida,
Com cada ligação sonhada e não realizada,
Com cada mensagem não enviada e não recebida....
Eu forte, hoje não tão forte assim...
Sofrendo por aquilo que chamam de amor,
A maior riqueza e a maior dificuldade da vida....
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